Como se sabe, o “ciclo de vida” para a utilização dos equipamentos médicos e hospitalares não é eterno.
No entanto, ao contrário do senso popular, a depreciação dos equipamentos médicos e hospitalares não está associada unicamente a configuração de prejuízos para a empresa.
Se o cálculo da depreciação dos equipamentos médicos e hospitalares for realizado de modo correto, também poderá acarretar na redução dos encargos tributários, configurando despesas dedutíveis.
Dito isso, você sabe como calcular a depreciação dos equipamentos médicos?
Continue lendo o artigo para mais informações.
Saiba o que significa a “depreciação” dos equipamentos médicos e hospitalares
O “ciclo de vida” dos equipamentos médicos e hospitalares pode se subdividir em quatro diferentes formatos.
A “vida básica” correspondente à média de utilização.
Ou seja, a expectativa fundada em estatísticas previamente realizadas, que se pode ter de acordo com o modelo do equipamento e as horas disponíveis para a operação com confiabilidade.
A “vida útil” será correspondente ao tempo de funcionamento antes da ocorrência de falhas.
Por exemplo, para o caso de imóveis, considera-se o prazo total de 25 (vinte e cinco) anos. Por sua vez, para o caso de máquinas, móveis e utensílios, considera-se o tempo total de 05 (cinco) anos, cujo valor independentemente da condição do produto, é reduzido em 10% (dez por cento) com o passar de cada ano.
A “vida ativa” será equivalente ao tempo de funcionamento do equipamento de acordo com a função que lhe foi destinada – mesmo que, para tanto, seja necessária a realização de alguns reparos.
Por sua vez, a depreciação, condiz à perda do valor do equipamento de acordo com o tempo transcorrido desde a aquisição, o desgaste natural, a ação da natureza ou as novas invenções ou atualizações tecnológicas.
Assim, considerando que, conforme a ultrapassagem da “vida básica”, “vida útil” e “vida ativa” dos equipamentos médicos e hospitalares e observando-se as variações correspondentes aos eventuais danos, utilização inadequada, entre outras situações, é fato que os instrumentos vão perdendo o valor perante o mercado, faz-se importante verificar os aspectos relativos ao cálculo de depreciação.
Por que calcular a depreciação dos equipamentos médicos?
Quando uma empresa passa a ter relevantes despesas operacionais, o raciocínio imediato é lançar tais despesas como dedutíveis ao pagamento de tributo – especialmente àquelas empresas sujeitas à apuração de contribuições sociais sobre o lucro líquido (CSLL) e imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ).
As despesas dedutíveis são fatores de redução do cálculo tributário.
Mas, não é apenas nisso que o calculo da depreciação dos equipamentos médicos pode influenciar.
A empresa de saúde que, desde a aquisição dos respectivos equipamentos médicos e hospitalares realiza o cálculo da depreciação, tem a possibilidade de estimar com mais clareza e assertividade:
- o valor justo de seus serviços;
- o período certo para manutenção, e;
- o planejamento e separação do valor para a manutenção dos equipamentos.
Assim, apesar do calculo da depreciação dos equipamentos médicos e hospitalares não ser obrigatório perante a Secretaria da Receita Federal, pode-se dizer que os devidos lançamentos a respeito, contribuem para a realização do planejamento tributário empresarial.
O cálculo da depreciação dos equipamentos médicos e hospitalares
Apesar de não exigir obrigatoriamente o cálculo da depreciação dos equipamentos médicos e hospitalares, a Secretaria da Receita Federal estabelece as algumas diretrizes.
Assim, para que seja possível realizar o cálculo da depreciação dos equipamentos médicos e hospitalares é importante:
- inicialmente, fazer uma listagem de todos os equipamentos, ferramentas e máquinas, destacando os respectivos valores de compra;
- anotar o tempo de “vida útil de cada equipamento”;
- verificar o valor da depreciação do equipamento ao mês. Para tanto, haverá necessidade de dividir o valor de compra do item pelo tempo de “vida útil”. O resultado será o valor da depreciação por ano. Então, basta dividir por doze para saber o valor da depreciação ao mês.
- estipular o valor do serviço de modo compatível com o valor do equipamento médico e hospitalar utilizado, somado aos custos operacionais e de depreciação.
Sendo realizado o mensal e anual da depreciação, será possível estipular o tempo necessário para a manutenção ou substituição do equipamento médico ou hospitalar.
Ao mesmo tempo, haverá possibilidade de separar reserva financeira necessária à absorção dos custos com a depreciação sem gerar surpresas ou impactos à empresa.
Além disso, há necessidade de se ter em mente que quanto mais caro, mais utilizado ou de mais alta tecnologia, maior será a depreciação do equipamento médico ou hospitalar.
Isso se deve ao fato de que na ocorrência da depreciação, há direta influência quanto aos custos envolvendo eventuais danos, preço do serviço de acordo com a tecnologia que é utilizada pelo profissional e a importância do equipamento ao profissional – que terá mais cuidado na utilização daquele que lhe é mais importante.
Em resumo….
- Independentemente do setor de atuação, todo e qualquer equipamento – por mais ou menos tempo – está sujeito à depreciação.
- O tempo da depreciação está diretamente ligado à “vida útil” do produto que, conforme o cuidado e forma de utilização pode ser ainda mais reduzida.
- Ainda que não seja obrigatório, o calculo do valor da depreciação é importante para estimar o período necessário para manutenção ou substituição, bem como a realização de um planejamento adequado aos lançamentos de custos, evitando impactos negativos à empresa.
- Além de influenciar no planejamento, o cálculo da depreciação de equipamento influencia na caracterização de “despesas dedutíveis”. Portanto, considerando as diretrizes que se tem para a realização do cálculo, quanto mais tempo transcorrer, maior a chance de erro e o derradeiro comprometimento do caixa operacional da empresa contribuinte.
E você, já realizou ou realiza o cálculo da depreciação de equipamentos médicos e hospitalares?
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